Dor nas mamas

Este sintoma normalmente não se associa com a presença de doenças mais graves nas mamas, porém é recomendada uma avaliação médica. Assim, a paciente poderá receber orientação sobre a necessidade de investigação com exames complementares ou tratamento  sintomático do quadro. De forma geral, observamos 3 tipos de dor mamária.


- Cíclica: apresenta relação com os ciclos menstruais com tendência a surgir ou piorar nos dias que antecedem a menstruação e apresentar melhora após o fluxo menstrual. Normalmente há sensação de peso e inchaço nas mamas.


- Não cíclica: não segue o padrão cíclico dos períodos menstruais podendo ocorrer em qualquer época, acometendo mais uma das mamas ou uma região específica da mama.


-Extra mamária: é a dor percebida na mama, porém com origem em outro local ou estrutura do corpo.



Qual é a causa da dor mamária?


São variadas. Na dor cíclica o problema está numa resposta alterada do tecido glandular mamário ao estímulo dos hormônios femininos produzidos nos ovários. Não se observa alteração nas taxas de hormônios dosados nos exames de sangue. Sabe-se que situações de estresse emocional podem desencadear ou agravar o sintoma. O excesso de gorduras saturadas na alimentação (presente em carnes gordurosas, manteiga e certos alimentos industrializados como biscoitos recheados) ou de alimentos contendo xantinas e metilxantinas (café, chocolate, mate, chá preto, refrigerantes à base de cola) pode tornar o tecido mamário mais sensível, favorecendo ou agravando o quadro de dor mamária.


Na dor não cíclica, a ocorrência de cistos grandes (nódulo de conteúdo líquido), dilatação de ductos principais e adenose, que são alterações benignas, podem ser a causa do sintoma.


A dor extra mamária, pode ocorrer por problemas em outras estruturas como processos inflamatórios em nervos (nevralgia intercostobraquial), cartilagens (Síndrome de Tietze), ossos ou doenças na coluna vertebral. Não se pode esquecer dos problemas cardíacos e caso a história clínica aponte para este tipo de doença, o sintoma deve ser investigado pelo especialista. Em resumo, a história clínica da paciente dará pistas importantes sobre a causa do sintoma.


O que devo fazer quando tenho dor mamária?


A avaliação por um médico especialista deve ser considerada. Porém, é possível adiantar que a paciente deve ser tranquilizada, pois na imensa maioria dos casos, trata-se de um quadro de caráter benigno. Uma consulta com seu médico será importante, já que esta pode ser uma oportunidade para a avaliação completa das mamas.


Durante esta avaliação pode-se definir se há necessidade de realização de algum exame complementar ou tratamento. Importante frisar que em aproximadamente 80% a 90% dos casos o sintoma se resolve após uma adequada avaliação das mamas e principalmente de uma explicação clara a respeito do sintoma e de suas causas. Como exceção, nas pacientes que apresentam dor mais intensa que chega a comprometer sua rotina, existem medicamentos eficazes para o tratamento.


Deve-se deixar claro que este tratamento só deve ser realizado pelo médico, após exame adequado das mamas e definição do diagnóstico.